quinta-feira, 30 de junho de 2011

O ÀRBITRO CLEMENTE ROJAS (IN MEMORIAN)

Na década de 1970 o futebol douradense andava em alta. Jamil de Campos Aum presidia a Liga Douradense de Amadores (LEDA), que me indicara para presidir o quadro de árbitros da LEDA,  que era formado por Clemente Rojas, Palomita (pai), Arino Braga, Norton Saldivar, eu e muitos outros.
No aniversário da cidade em 20 de dezembro de 1974, a LEDA convocou uma seleção de jogadores de Ubiratan, Operário, Dragão do Dudu da Farmácia e o Cometa, para uma partida contra o campeão paraguaio - Cerro Porteño.
As reuniões do quadro de árbitros era na imobiliária Piratininga do grande desportista Sales Mustafá (pai do Tahan). Na noite que nos reunimos para escalar o trio de arbitragem para o jogo festivo, Clemente Rojas pediu a palavra e arrastando o castelhano que lhe era peculiar, reivindicou sua indicação para a partida. Disse que já estava cansado de bandeirar e queria uma chance para apitar uma partida tão importante como aquela. Acontece que o Jamil já tinha me dito que quem deveria apitar era eu mesmo.
Confesso que fiquei envergonhado em negar tal pedido para o Rojas e me alto indicar. Então, desobedecendo à ordem do presidente da LEDA, indiquei o requerente com Arino Braga e eu nas bandeirinhas. Fiquei como bandeira vermelha, pois este era o substituto imediato do juiz se caso precisasse substituí-lo.
Quando o Jamil viu o trio de arbitragem adentrando o campo, disse que eu estava louco, pois o Rojas não tinha experiência em arbitragem, e que poderia dar um vexame. Mas, assim mesmo começamos a trabalhar. bandeirei na linha lateral ao lado da cabine da Rádio Clube, onde o Zé Guerreiro transmitia a partida.
Logo aos dois minutos Sosa, camisa dez da seleção paraguaia lançou uma bola que ia rumo à cabeça do centro-avante paraguaio na área pequena; Valdeci Carbonari, zagueiro central da LEDA, ao perceber que levaria o gol cortou com a mão, num lance visto por todos que estavam no estádio. O Clemente Rojas sem dó ou piedade automaticamente apitou. Evidentemente que seria pênalti. Mas os jogadores da seleção douradense partiram pra cima dele, dizendo que ele estava roubando só porque era paraguaio.
Pressionado, ele olhava para mim e acabou me chamando para perto dele. Pegou a bola, colocou debaixo do braço para autorizar tiro direto, mas como falta. Começou a marcar os nove passos para a barreira, mas só conseguiu quatro passos, pois ultrapassava a linha do gol.
Mas, quando pisou na linha do gol, voltou contando 18 passos colocou a bola no gramado e, depois, contou os nove passos para a barreira. Os jogadores do Cerro entraram em desespero e tentaram pressionar o Clemente, que virou para o Sosa e disse: “regra dezoito do Brasil”. Os paraguaios não entenderam nada.
Bandeirei o resto da partida escutando o Zé Guerreiro narrando que eu era irresponsável em escalar aquele árbitro para um jogo tão importante, que terminou num empate de zero a zero. Rojas nunca mais apitou - trabalhou somente como bandeirinha na LEDA.

MPE DE DOURADOS COMETEU ALGUM CRIME?
LOGO SABEREMOS, ESPEREM!!! 

quinta-feira, 23 de junho de 2011

PARA CÂMARA DE VEREADORES SOMENTE RECIBOS DE MOTEIS NÃO VALE!!!

                   Não é possível ler e ouvir o que está acontecendo na Câmara Municipal de Dourados, com a criação da verba idenizatoria de  R$ 3.000,00, opa!!! desculpa agora o valor subiu para R$ 4.000,00.
O pior de tudo isso, que vocês poderão ver mais abaixo, conforme noticia do site MS Já, a relação das despesas autorizadas pelo "MENSALINHO OFICIAL"  só não podendo ser comprovado despesas com motéis.
Pois o vereador pode pagar com essa verba: aluguel de casa, agua, energia, empregada domestica, combustível, até TV a cabo, ah !!!  ia me esquecendo levar também a família aos restaurantes. O combustível que tambem está autorizado, não se fará necessário comprar pois o IDENOR, contratou um posto para abastecer os veículos dos vereadores, de acordo com a licitação recente.
Até Super Mercado, isto se a nota fiscal for em nome do vereador.
O pecuarista e vereador IDENOR MACHADO, está precisando muito dessa ajuda, pois os alugueis de suas propriedades  que,  aliás não são poucas não cobre as necessidades do seu dia a dia.  
 A única coisa que me deixa menos preocupado, que foi criado uma COMISSÃO DE CONTROLE INTERNO, formada pelos nobres Edis, para fiscalizar as despesas dos mesmos.
Onde anda o Ronaldo do COMITÊ DE DEFESA E MPE ?
MS JÁ

A presidência da Câmara de Dourados regulamentou a verba indenizatória para os vereadores. A verba, segundo a lei, servirá “exclusivamente ao ressarcimento das despesas relacionadas ao exercício do mandato parlamentar, no valor mensal definido em resolução”.
Poderão ser pagas com verbas indenizatórias imóveis e utensílios utilizados exclusivamente como escritório de apoio ao exercício da atividade parlamentar, compreendendo estritamente gastos com aluguel, taxas condominiais, IPTU, Taxas de Bombeiros, água, telefone fixo ou móvel e energia elétrica.
Também está autorizado o pagamento de locomoção do parlamentar e viagens de assessores parlamentares vinculados ao gabinete, compreendendo passagens, hospedagem e locação de meios de transporte.
Fazem parte da lista também combustíveis e lubrificantes, até o limite mensal e forma que vier a ser estabelecido por meio de Resolução.
Fiscalização
Será criada uma Comissão de Controle Interno para fiscalizar todas as despesas apenas quanto à regularidade formal, fiscal e contábil da documentação comprobatória, cabendo exclusivamente ao parlamentar decidir se o objeto do gasto obedece aos limites estabelecidos na legislação.
O parlamentar titular do mandato perderá o direito à verba de que trata a Lei quando investido em cargo de Prefeito, mesmo quando tenha optado pela remuneração do mandato, quando estiver afastado para tratar de interesse particular, sem remuneração e quando o respectivo suplente encontrar-se no exercício do mandato.

Pergunto ? Onde andam o Ronaldo do COMITÊ DE DEFESA e MPE ?

TÔ DE OLHO...

terça-feira, 21 de junho de 2011

CÂMARA CRIA O AUXILIO COMBUSTÍVEL AOS VEREADORES ?

                      Onde anda o tal Comitê de Defesa e o MPE, que ainda não se manisfestaram sobre o auxilio financeiro que o presidente da Câmara Municipal Idenor Machado,criou para os vereadores no valor de R$ 3.000,00 mensal ? E agora legaliza um auxilio combustível para cada vereador  em aproximadamente 350 litros mensal ? Ora, se já foi criada uma verba idenizatória mensal, cria-se agora esse vergonhoso auxilio?
Queremos ver o trabalho desse tal Comitê Petista que se dizem fiscalizadores das coisas públicas o que vai dizer sobre esses gastos, que na verdade é uma legalização dos "Por Fora" do legislativo douradense. Isso de acordo com notícia abaixo publicada.
Esse auxilio combustivel é para o deslocamento dos senhores vereadores, como o auxlio do vale transporte que os trabalhadores e funcionários públicos recebem das empresas e de seus respectivos Orgãos para deslocamente de suas casas diariamente, e nada é mais justo os nobres Edis receberam um auxilio, para seus deslocamentos todas as segunda feiras de suas casas para participarem das cansativas Sessões da Câmara Municipal. Pois não venham dizer que  R$ 11.300,00 mensal de combustivel é para o trabalho diário  de 4 veículos daquela Casa, pois os serviços que usam veículos é tão somente para a entrega de correspodencias a outros órgãos e ao Correio. 

Câmara revela fornecedora de combustíveis, mas site “transparente” não funciona

A Câmara Municipal de Dourados publicou a estimativa de gastos com combustível de junho até o final do ano. O fornecedor será o grupo Gabiatti e Gabiatti Ltda Me, que deverá fornecer dentro da cota de R$ 67.810,00, combustível e lubrificantes para uso nas atividades do Legislativo Municipal.
Por mês o valor dá uma média de R$ 11,3 mil, ou R$ 941 por vereador. O contrato é válido de 30 de Maio de 2011 a 31 de Dezembro de 2011 e o dinheiro sairá da Coordenação das Atividades Legislativas e do Material de Consumo.
A empresa venceu o certame por melhor preço e participou de concorrência pública, conforme manda a lei das licitações do município. A Casa de Leis mantém em seu site um portal de transparência onde o interessado pode conferir os gastos dos vereadores. Para acessar o site basta acessar www.camaradourados.ms.gov.br, no link “Portal da Trasnparência”.
Porém, o site está um pouco desatualizado. A última licitação lançada no sistema é de fevereiro deste ano e os balanços financeiros de dezembro do ano passado. Contratos atuais também não estão disponíveis. Receitas e despesas não estão cadastrados e o Relatório de atividades está em branco. A parte de gestão de pessoas é a mais atualizada, com informações de março deste ano.
MS Já
 É, na verdade o vereador pecuarista e antigamente modesto professor IDENOR MACHADO, está oficializando os "desvios" de verbas da Câmara Municipal. Isso tudo para não devolver os recursos que sobram do duodécimo mensal a que tem direito aquela Casa de Leis
Só fica uma pergunta? Se a Câmara de Dourados na próxima legislatura for composta de 21 vereadores, essa verba idenizatória vai continuar ? pois o duodécimo não poderá arcar com essas despesas com a Câmara dobrando o número de vereadores.
TÔ DE OLHO...


quarta-feira, 15 de junho de 2011

GAECO APONTA POSSIVEIS CRIMES DOS ATUAIS VEREADORES

     Não conseguimos entender o MPE daqui de Dourados, pois o mesmo tem o processo da GAECO em mãos e não pediu ainda prisão de vereadores atuais, pois está comprovado que os nobres edís deram sumiço na documentação da contabilidade da Câmara Municipal onde apareciam seus nomes como beneficiados pelo mensalinho e consignados daquela Casa de Leis.
      Esses sim deveriam ser presos para não atrapalhar as investigações, ao contrário do que aconteceu – a prisão dos que já não faziam parte do legislativo e não tinham como interferir no trabalho da polícia.
Abaixo, parte do processo promovido pela GAECO, são documentos incontestáveis que provam o crime cometido pelos atuais vereadores.


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     Esse foi o acordo dos nobres atuais vereadores para cassação indiscriminada dos titulares dos cargos, sem se pautar nas provas por DECORO PARLAMENTAR apresentadas pela defesa dos acusados. Agora se justifica a fome por cassação da parte dos atuais vereadores. Foi ação do tipo “uma mão lava a outra” ou “caça o meu que caço o seu”.
      Esperamos que a justiça seja feita com seriedade.


quarta-feira, 8 de junho de 2011

E AGORA GALONI, DRA. DILETA E PAULO ZENI?

                           Este artigo escrevi no inicio de Julho e agora foi TJ-MS que decidiu igual ao STJ.Leiam logo abaixo sobre a decisão TJ-MS        
  Conforme publicação no JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO, o STJ anulou todo o processo da Operação SALTIAGRAHA da PF que condenou o banqueiro Daniel Dantas a dez anos de prisão.
       E agora como fica Dra. Dileta Terezinha? O Delação Premiada Passaia, foi quem gravou as provas para Policia Federal.
E de acordo com documentos anexado no processo, a PF solicitou autorização junto a justiça após abertura do inquérito e provas anteriores o pedido, portanto as provas são ilegais, como informa  o advogado ANDREI SCHIMITD logo abaixo para a jornalista do Estadão tornando sem efeito todas as ações na 1ª instância.
Podem terem certeza que todas as decisões tomadas aqui na 1ª instância serão nulas de pleno direito, pois criou-se um ACÓRDÃO para a justiça brasileira.
A Justiça de Mato Grosso do Sul, tomou várias decisões erradas, muitas vezes demorando analisar MANDADOS DE SEGURANÇAS e AGRAVOS, fora dos prazos para que o interessado não tivesse tempo de recorrer junto STJ e também, para dar tempo a CÂMARA MUNICIPAL  caçar mandatos e posteriormente arquivar com desculpas de que o problema já tinha sido resolvido, jogando o problema aos interessados diretos que resolvessem na esfera do municipio de Dourados.
Mariângela Gallucci, de O Estado de S. Paulo
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou nesta terça-feira as provas obtidas pela Operação Satiagraha, que resultou na condenação por corrupção do banqueiro Daniel Dantas, dono o grupo Opportunity, a 10 anos de prisão. Por 3 votos a 2, a 5.ª Turma do STJ concluiu que foi ilegal a participação de integrantes da Agência Nacional de Inteligência (Abin) nas investigações.
A maioria dos ministros aceitou um pedido de habeas corpus no qual os advogados do banqueiro solicitaram a anulação das provas obtidas na investigação e a extinção da ação penal na qual Dantas foi condenado por tentativa de suborno a policiais. Autor do voto de desempate, o presidente da 5.ª Turma, Jorge Mussi, afirmou que os agentes da Abin não poderiam ter atuado de forma clandestina nas apurações.
"Poderia a Abin, numa operação compartilhada, participar dessa investigação? Eu penso que sim, mas com autorização judicial", disse Mussi. "Poderia ela participar sem autorização judicial? Poderia, se fosse requisitada. Mas o que não pode é na clandestinidade, de forma oculta", respondeu. "Não é possível que esse arremedo de prova possa levar a uma condenação com esse tipo de prova. Essa volúpia desenfreada de se construir arremedo de prova acaba por ferir de morte a Constituição desse País. É preciso que se dê um basta, colocando freios inibitório antes que seja tarde", afirmou Mussi.
O presidente da 5.ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) citou jurisprudência tradicional do Supremo Tribunal Federal (STF) que reconhece a teoria dos "frutos da árvore envenenada". De acordo com essa teoria, provas obtidas de forma irregular podem contaminar uma investigação. Entre essas provas estão escutas telefônicas, interceptações telemáticas de e-mails e ação controlada. "Não posso admitir que essa prova seja usada contra um cidadão do meu País para se buscar uma condenação", disse Mussi. "Toda prova decorrente de investigação ilícita não deve ser admitida", afirmou.
O advogado Andrei Zenkner Schmidt, que defendeu Dantas, disse que a decisão de hoje acarreta a nulidade de todas as provas amparadas na Operação Satiagraha e deverá levar à prejudicialidade das outras ações que tramitam na Justiça de 1.ª Instância, inclusive uma contra o banqueiro.

Decisão da Justiça sobre Uemura deixa políticos 'apreensivos' em Dourados

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Alan de F. Brito, de Dourados

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TJ considerou ilegal grampo contra vereador José Odair Gallo


Depois que a segunda turma criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, considerou ilegal o grampo usado no processo contra o ex-presidente da Câmara de Naviraí, o vereador José Odair Gallo, o clima nos bastidores da política em Dourados está ‘tenso’. Políticos cassados após a Operação Uragano, deflagrada pela Polícia Federal em 2010, vereadores da atual legislatura e atores da política no município estão apreensivos. Para alguns, a decisão do TJ-MS pode ter reflexos nos processos que se instauraram após o ‘furacão’.
Dois dos três desembargadores consideraram como ilegal a escuta telefônica que apontou o envolvimento do vereador de Naviraí com Eduardo Uemura, filho de Sizuo Uemura, que é apontado pela PF como chefe da quadrilha que fraudava licitações na Prefeitura de Dourados. Como conseqüência da ‘ilegalidade’ da escuta, Gallo fica livre do processo que sofria sob acusação de corrupção ativa e passiva.
Vários políticos que renunciaram ou foram cassados após a Operação Uragano consideram ilegais as gravações feitas pelo ex-secretário de comunicação do município, o jornalista Eleandro Passaia. Varios deles estão recorrendo das cassações baseados nesse entendimento. Se houver reflexo da decisão da segunda turma do TJ-MS sobre a legalidade das gravações feitas pelo jornalista, pode haver uma nova ‘revolução’ na política douradense.
“É preocupante. A fragilidade das gravações nos processos judiciais esta se mostrando grande. A justiça autoriza e a justiça considera ilegal. Estamos à mercê do judiciário”, afirmou um assessor de um dos vereadores da atual legislatura do município.

domingo, 5 de junho de 2011

O DESESPERO DO SENHOR ROMITA PRESIDENTE DA ACID(ACED)

Era o ano de 1974. Totó Câmara prefeito de Dourados e Braz Melo gerente regional da Sanemat (hoje Sanesul). O Brasil passava por uma crise economica gravíssima e  o comércio andava muito ruim de vendas.
Terêncio Romita (àrabe) proprietário da Insinuante Calçados e presidente da Associação Comercial e Industrial de Dourados (maçom como Totó e Braz Melo), andava num desespero só, com a baixa venda do comércio e reclamava muito, em todos os pontos por onde andava.
Como estava no início de dezembro, os comerciantes nutriam esperanças numa melhora nas vendas no Natal. Então, Totó chama o engenheiro Braz Melo e resolvem aprontar uma para o velho Romita.
O prefeito Totó Câmara que diariamente ía na Casa Damasco do seu inseparável amigo Hayel Bom Faker (Elias Faker) para tomar o chimarrão costumeiro apartir das 6 horas da manhã e nota senhor Romita me frente a sua loja ao lado da Igreja do relógio.
Quando resolve chamar um fiscal de comercio do Município Edgar Xavier de Matos (pescoço) e determina que ele vá até loja Insinuante notificar o Romita, comunicando de que a Sanemat iria iniciar no dia 19 de Dezembro os serviços de tubulação de água na calçada de seu quarteirão, e que ele ficasse tranquilo que até 31 de dezembro estaria tudo pronto.
E imediatamente mandaram para frente da loja A Insinuante Calçados do Romita uma retro-escavadeira junto com um caminhão carregado de tubos, que começou a descarregar em cima da calçada da loja.
Do outro lado da rua, na loja de Hayel Bon Faker, Totó e Braz assistiam o desespero do Romita entrando na frente das máquinas, como aquele solitário estudante na Praça da Paz Celestial, na China.
Dizia que a salvação dele seria vender muito nas vésperas de Natal, mas com tudo interditado seria impossível.
Pegou um táxi foi à Prefeitura atrás de Totó, logicamente que não o encontrou e voltou novamente para a loja.
Os dois que armaram tudo ficaram com pena do velho. No final da tarde suspenderam a operação para o alívio do comerciante.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

ZÉ LIGEIRINHO E O RADIALISTA GILBERTO ORLANDO NO SARAVÁ

Em 1981, eu era vereador em Dourados e preparava minha candidatura a deputado estadual pelo PDS, nas eleições de 1982. Estava muito preocupado, já que seria a primeira e única eleição com votos vinculados na história recente do país. Significava a última cartada do regime militar para tentar continuar no poder, pois o MDB estava em crescimento em todos os estados brasileiros, tanto é que naquele ano elegeu 22 dos 24 governadores de estados.
O voto vinculado exigia que o eleitor escolhesse os candidatos do mesmo partido, de governador a vereador. O Braz Melo seria o nosso candidato a prefeito do PDS-2, tendo como vice Fredis Saldivar. Tínhamos então que escolher uma chapa de vereadores forte que pudesse nos ajudar a chegar à Prefeitura e Assembléia Legislativa. Então fomos à luta e encontramos os seguintes nomes: Antonio Norecy, Osvaldo Bazé, Zé Braga, Vitório Pederiva e Erisvaldo Mendonça (eleitos), além de Eduardo Laier, Ono, Iracy, Gilberto Orlando e Zé Pereira, entre outros.
O Zé Pereira era mais conhecido como Zé Ligeirinho, de tão velhaco que era, mas uma figura espetacular, principalmente por ser pai-de-santo num terreiro no Jardim Água boa. Não trabalhava na política. Durante o dia ficava numa banca de carteado e à noite no terreiro. A maioria dos auxílios angariados para a campanha de nossa chapa tinha que ser para ele, pois exigia e ameaçava os nossos candidatos a vereadores com um “bom despacho”, ameaçando que se assim não fosse, iria derrotá-los através de “saravá”.
No meio da campanha eleitoral começamos a notar a desistência de alguns postulantes a vereadores em favor da candidatura do Zé Ligeirinho. Procuramos saber dele o razão e ele alegava ser a vontade dos candidatos. Não fiquei satisfeito com a resposta, mandei um olheiro ir até ao terreiro para saber o que se passava. Não deu outra: o Ligeirinho recebia o espírito do “Zé Pilintra” e dizia horrores aos concorrentes (presentes no terreiro) do seu “cavalo”. Exigia a desistência e o voto a Ligeirinho sob pena de sofrerem um grave acidente.
Um dos nossos candidatos a vereador era o radialista Gilberto Orlando, na época um popular locutor de rádio. Como tínhamos poucos recursos resolvemos coloca-lo como apresentador dos comícios, aliando assim, o útil ao agradável, ou seja, não teríamos despesas e o Gilberto ganharia espaço. No primeiro comício na rua Bahia, o Zé Ligeirinho criou o maior barraco, querendo proibir o “Gilbertão” de ser o apresentador, mas não abrimos mãos.
No final do comício, atrás do palanque, Zé Ligeirinho avisou o Gilberto que naquela noite iria fazer um trabalho no “terreiro” para o radialista perder a voz e nunca mais  voltar a falar. O Gilberto Orlando, acreditem, só apresentou o comício daquela noite, pois perdeu a voz e não pode mais falar em comício algum durante toda a campanha.
No final da campanha, as urnas derrotaram Braz Melo e Gilberto Orlando. O Zé Ligeirinho, claro, ficou na segunda suplência. Eu me salvei sendo eleito deputado estadual e os companheiros: Osvaldo Bazé, Antonio Norecy, Erisvaldo Mendonça, Zé Braga e Vitório Pederiva para a Câmara Municipal.