O  nosso adversário pela Arena I foi José Elias Moreira, tendo como vice  José Cerveira. A Arena III, capitaneada pelo saudoso coronel Juca de  Matos e os irmãos Rolim, apresentou Ivo Cerzosimo e Shizuo Uemura  candidatos a prefeito e a vice.
A  chapa de vereadores de Lauro Machado elegeu seis vereadores: Nilson  Vieira Matos, Joel Pizzini, Aniz Faker, Daniel Nóia, Valdenir Machado e  eu. A chapa do prefeito eleito José Elias elegeu somente quatro: Saul  Freire, Walter Carneiro, Celso Muller do Amaral e o filho do Barreirão,  Mariano Candido de Arruda. 
O  manda brasa (MDB) elegeu três vereadores: Sultan Rasslan, Juarez Fiel  Alves e Ramão Moacir da Fonseca o Dudu da farmácia. Numa articulação que  levou Sultan a presidência da Câmara, Zé Elias conseguiu a maioria no  Palácio Jaguaribe, com os quatro vereadores eleitos por sua chapa mais  os três do MDB. O presidente só votava no desempate e na maioria das  vezes a favor do Executivo. 
Fazíamos  uma marcação cerrada no prefeito Zé Elias. Ele muitas vezes se  desesperava e recorria à Justiça, principalmente contra mim. Certa época  já com vários processos de calunia e difamação, me zanguei com o  prefeito e disse aos meus colegas que se “ele acha que não é normal uma  oposição salutar verá como é baixar o nível”. 
O  Zé Elias estava construindo a casa onde reside até hoje, na rua Hilda  Bergo Duarte - uma mansão para os padrões da época. Eu “sabia que era  financiada”. Mas, certa noite junto com dois amigos, o Cidão e o  Cassimiro Renovato, cravamos em frente da construção da casa do  prefeito, que já estava em fase de acabamento, uma placa que retiramos  de uma obra da Prefeitura dizendo: “Aqui o seu imposto”. Esse era um dos  motes da administração de Zé Elias.
 Logo que o dia clareou tirei várias fotos da placa aparecendo no fundo a construção da casa do Zé Elias. Em Campo Grande,  mandei imprimir 50.000 panfletos no formato A4 (sul fite) afirmando que o  dinheiro público não estava sendo usado em obras para o município, mas  sim para o prefeito. Distribuímos tudo em quatro fuscas na mesma noite  nos distritos e na cidade. 
No  outro dia foi um alvoroço total. O Zé Elias se desesperou, foi na  Polícia Federal procurar um delegado ligadíssimo a ele, exigindo a  prisão dos “malfeitores, anarquistas e agitadores contra o regime  militar”. Mas o Tenente Cassane nada podia fazer, pois não deixamos  nenhuma pista. 
Resultado  final: Zé Elias ficou trinta dias internado no Hospital Santa Rita, do  Dr. George Takimoto. Ele tinha certeza que o meu dedo estava naquilo,  mas não tinha provas do crime. Faço essa confissão depois de pedir  licença ao ex-prefeito. Tive a garantia dele que não me processaria, pela publicação.
 
 
